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Existe uma estética homossexual?, BRAVO! n° 144

A Revista BRAVO!,n° 145, publicou minha crítica acerca da Estética Homossexual na Literatura:

A matéria da edição agosto sobre a estética homossexual ( Existe uma estética homossexual?, BRAVO! n° 144) baseia-se no sofisma da homossexualidade como personagem da psicologia do séc. XIX e restrita àquela estética histórico-cultural. Pois bem, a matéria assinada por José Castello limitou-se a análise enclausurada sob o estigma da homossexualidade ainda tomada como algo doentio. Seria injusto falar numa estética homossexual quando esta não pôde ser vivida na plenitude e sim na doença de seus inquisidores…

…A experiência de Gide é reveladora por conta de sua abordagem, mas se ele não vivesse na atribulação do medo e do pecado, sua Literatura, bem como as dos outros citados, suplantariam qualquer estética de conotação heterossexual.

Veja a crítica na íntegra:

A matéria da edição agosto sobre a estética homossexual baseia-se no sofisma da homossexualidade como personagem da psicologia do séc. XIX; e restrita àquela estética histórico-cultural. Pois bem, a matéria assinada por José Castello limitou-se a análise enclausurada sob o estigma da homossexualidade ainda tomada como algo doentio. Seria injusto falar numa estética homossexual quando esta não pôde ser vivida na plenitude e sim na doença de seus inquisidores. Falar em literatura e limitar sua contribuição para a sexualidade humana é temerário; mas estigmatizar como apenas existente o parâmetro sócio-biológico da heterossexualidade é um absurdo. Em o “Bom Crioulo” usou-se a estética naturalista e biológica, não por existir uma estética homossexual, mas para reafirmar pontos das ideias vigente sobre ela: o caráter quase animal da sexualidade. Mostra-se apenas uma apropriação para trazer à tona a polêmica do tema. Falar em estética homossexual tem que ser feita por homossexuais. Citou-se, exemplarmente Arenas, mas ele não falava em viver a homossexualidade nas ruas escuras, nos parques; havia em Arenas a necessidade de manifestar sua sexualidade numa atmosfera castrista anti-gay, nada mais. E isto era impossível. Em Nova York sentiu a liberdade, mas não teve mais tempo. Falar em Literatura gay, ou estética homossexual e falar de escritores gays, escrevendo sobre suas experiências na literatura. Para falar em Literatura gay, devem-se analisar autores além dos estereótipos doentios, é falar de nós escritores que escrevem com a alma pacificada e o amor gay vivido em sua plenitude. Falar em Wilde suplicando perdão nos últimos suspiros é limitar a estética homossexual a um modismo infundado. A literatura gay existe porque existe o amor gay. A experiência de Gide é reveladora por conta de sua abordagem, mas se ele não vivesse na atribulação do medo e do pecado, sua Literatura, bem como as dos outros citados, suplantariam qualquer estética de conotação heterossexualtéria da edição agosto sobre a estética homossexual baseia-se no sofisma da homossexualidade como personagem da psicologia do séc. XIX; e restrita àquela estética histórico-cultural. Pois bem, a matéria assinada por José Castello limitou-se a análise enclausurada sob o estigma da homossexualidade ainda tomada como algo doentio. Seria injusto falar numa estética homossexual quando esta não pôde ser vivida na plenitude e sim na doença de seus inquisidores. Falar em literatura e limitar sua contribuição para a sexualidade humana é temerário; mas estigmatizar como apenas existente o parâmetro sócio-biológico da heterossexualidade é um absurdo. Em o “Bom Crioulo” usou-se a estética naturalista e biológica, não por existir uma estética homossexual, mas para reafirmar pontos das ideias vigente sobre ela: o caráter quase animal da sexualidade. Mostra-se apenas uma apropriação para trazer à tona a polêmica do tema. Falar em estética homossexual tem que ser feita por homossexuais. Citou-se, exemplarmente Arenas, mas ele não falava em viver a homossexualidade nas ruas escuras, nos parques; havia em Arenas a necessidade de manifestar sua sexualidade numa atmosfera castrista anti-gay, nada mais. E isto era impossível. Em Nova York sentiu a liberdade, mas não teve mais tempo. Falar em Literatura gay, ou estética homossexual e falar de escritores gays, escrevendo sobre suas experiências na literatura. Para falar em Literatura gay, devem-se analisar autores além dos estereótipos doentios, é falar de nós escritores que escrevem com a alma pacificada e o amor gay vivido em sua plenitude. Falar em Wilde suplicando perdão nos últimos suspiros é limitar a estética homossexual a um modismo infundado. A literatura gay existe porque existe o amor gay. A experiência de Gide é reveladora por conta de sua abordagem, mas se ele não vivesse na atribulação do medo e do pecado, sua Literatura, bem como as dos outros citados, suplantariam qualquer estética de conotação heterossexual.

Está crítica saiu na edição de setembro ( BRAVO! 145)