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Archive for agosto \29\+00:00 2009

O MAIS NOVO LIVRO DE ROBERTO MUNIZ DIAS É:

O mais novo Livro de Roberto Dias é :

 

Adeus a aleto

SEXO COM AMOR:

        ” … Continuou dentro de mim como se pudesse me levar para outro mundo. Não conseguia olhar em outra direção seu corpo forçava contra o meu na medição de forças mais pacífica que podia existir. E não havia interstícios, pois sua vontade era a minha. Sentia-o cada vez mais forte e maior, como se seu sangue avolumasse a cada minuto seu sexo dentro de mim. Começou a parar e sentir-me provocá-lo; apertava-o como se chamasse a atenção para que não parasse. Por seu turno, fazia isso para sentir um pouco mais de minha vontade; se era de sim ou de não. Mas não havia dor naquele instante.  Pegava-me como se eu tivesse intenção de desistir; puxava-me contra seu corpo para que eu sentisse senão a verdade. Ele não parava e não parava de me olhar… “

SEXO SEM AMOR:

”             Ato I Cena II

            O Sodomizador entra em cena. Completamente nu, um corpulento homenzarrão negro adentra vestido com peças de couro por sobre o peito e uma argola em volta de seu pênis ereto.

            Sodomizador- “Vamos brincar meus gatinhos”. Retira um líquido preso as ligas na cintura e começa a lambuzar seu dedo médio. Começou a enfiar o dedo nos anus do sodomita da esquerda.

            Domintarix- “Mais, quero mais. Coloque sua mão”. Então o obediente servo colocou mais gel em torno de sua mão e braço e outra parte colocou sobre seu imenso falo duro.”

INGENUIDADE:

” Corríamos, descíamos as escadas como qualquer criança feliz poderia descer: aos saltos; pulos, escorregando pelo corrimão. Não sabia mensurar quão velho estava para pensar que fazíamos uma traquinagem; tampouco desconhecia o quão jovens éramos para poder aventurar a se permitir. Descer assim tinha a ver com certa renúncia; aceitar uma condição de agora, nova e deixar pra trás algumas marcas que o tempo queria mostrar indeléveis. Mas naquele momento apenas havia a felicidade de qualquer coisa menos do que nossa constatação de o tempo ser algum empecilho. Éramos apenas duas pessoas saindo de seus mundos, deixando a irresponsabilidade como maior legado para a geração dos homens que ficaram para trás. “

LOUCURA:

” 

Tentei esmurrá-lo. Esmurrei o ar. Esmurrei o espelho. O sangue espesso e escuro começou a verter de meu pulso. Espalhava-se por entre os espaços brancos da camisa, pingando sobre a pia. Me veio uma dor forte como revelando um profundo corte em meu pulso. A dor me causou um torpor mortal.

          Apertei meu braço e o sangue parou rapidamente. Amarrei a tolha em torno do braço. Quis fazer um curativo, mas uma letargia tomou meu corpo de conta. Adormeci. “

Categorias:Livros ( Books)

Saiu no Correio Braziliense

EditorEditoras virtuais que publicam livros sob encomenda começam a surgir no país Publicação: 26/08/2009 09:25 Atualização: 26/08/2009

Editora: Ana Paula Macedo

Para escritores desconhecidos no mercado editorial, publicar um livro com o apoio de uma editora tradicional é tarefa difícil. Em muitos casos, uma boa rede de contatos tem mais importância do que um bom material para que alguma editora se interesse pelo trabalho do autor. Porém, alguns sites na internet, inspirados em iniciativas já consolidadas no mercado norte-americano, trazem uma nova proposta: publicar obras literárias sob demanda, com tiragens sem limite mínimo de cópias e com o benefício de não haver restrição temática. Quando o empresário C. André, 45 anos, descobriu um site que oferece esse tipo de serviço, constatou: “Era isso que eu precisava”. O carioca, que mora em Brasília, mandou o livro que escreveu para editoras fora da cidade há três meses, mas ainda não obteve resposta. “Com esses sites, há a vantagem da agilidade e da democratização”, destaca. Ele exemplifica com os variados tipos de gêneros literários encontrados nessas páginas da internet. “Você encontra dissertações, poesia, autoajuda, romances.”

O professor de inglês Roberto Muniz  Dias, 33 anos, viu na internet a possibilidade de lançar seu material “sem limitações”. Roberto tem quatro títulos publicados em um site, que, juntos, venderam cerca de 200 cópias. “Não dá pra precisar a quantidade, mas eu sei que pessoas de várias partes do Brasil tiveram contato com o meu trabalho. Isso é muito gratificante”, destaca. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) registrou, no ano passado, o lançamento de, aproximadamente, 19 mil títulos inéditos. Ricardo Almeida, diretor-geral do site Clube de Autores, no ar desde fevereiro deste ano, tem 1,6 mil livros em seu acervo – o que representa 8,5% das obras conhecidas como primeira edição publicadas em um ano no Brasil. “Esses números são surpreendentes e significativos”, afirma. A técnica O processo técnico dessas edições sob encomenda é simples: o autor se cadastra no site e envia sua obra em padrão A5, com o arquivo no formato PDF. Na página do Clube há um guia para explicar como se faz essa configuração. O site, então, calcula os custos para imprimir e distribuir a obra – de acordo com a quantidade de páginas – e, em seguida, o autor informa quanto quer ganhar, por cópia, com direitos autorais. O livro, cuja capa pode ser feita pelo próprio autor, não tem orelha, nem texto na lombada . Outro site brasileiro com trabalho semelhante é o Armazém Digital. Felipe Rangrab, da editora de Porto Alegre, sustenta que projetos do tipo “são uma alternativa fácil, barata, e rápida para que os autores possam publicar suas obras.” De livros didáticos a publicações em multimídia (CDs e DVDs), o site abriga material de cerca de 100 autores. A Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) é um site cujo serviço que oferece é um pouco diferente das duas páginas de internet citadas acima. Ela publica pequenas tiragens, a partir de 30 exemplares. Isso também é vantajoso para o escritor, já que editoras comuns não trabalham com tiragens menores que mil exemplares. “Com muita negociação, você consegue fazer o mínimo de 500, mas o custo é alto, pode chegar a R$ 10 mil”, revela Luis Satie, 46 anos, que também usou a internet para lançar os 10 livros que já escreveu. O autor tem a opção de enviar o texto do livro em Word, por e-mail ou pelo correio. Todo o trabalho de arte é feito pela editora, como a diagramação do miolo e a criação da capa. Além do bloqueio O caso de Satie, auditor federal de controle, é curioso. Ele chegou a ter um livro aprovado por uma editora mineira que, de última hora, desistiu da ideia. Por isso, decidiu divulgar o próprio trabalho por outros meios. “A gente que produz fica angustiado, com o texto na mão, e a internet permite que a gente consiga superar esse bloqueio imposto pelas editoras, esse muro de Berlim”, assegura. “Tem muita gente boa escrevendo e esses sites são bons aliados para divulgar”, ressalta. No entanto, apesar dos pontos positivos, os três escritores de Brasília veem algumas desvantagens nesses projetos. C. André e Luis Satie concordam que o custo de produção dos livros publicados é alto, o que dificulta uma margem de lucro significativa. “O problema da impressão por demanda é que o custo unitário acaba ficando alto, pois concentra vários componentes da logística de edição e impressão em poucos exemplares. Do valor do meu livro, por exemplo, eu só fico com R$ 6”, lamenta André, cujo livro custa R$ 43,65. Outro problema levantado por Roberto Dias é a pouca visibilidade que esse meio de publicação traz. “Um site não tem o poder de exposição que uma editora conhecida tem.” Mas André não considera isso relevante para quem só deseja ver a obra concretizada e não se preocupa tanto com a divulgação. E cita o escritor Jorge Luiz Borges para justificar essa opinião: “O autor publica um livro para se ver livre dele, senão fica reescrevendo, reescrevendo%u2026” SITES PARA PUBLICAR LIVROS No Brasil: http://clubedeautores.com.br/ http://www.armazemdigital.com.br/ http://www.camarabrasileira.com/ No exterior: http://www.lulu.com/ http://magcloud.com/ http://www.blurb.com/ http://www.bubok.com/ TEMA DAS OBRAS DOS PERSONAGENS DA MATÉRIA » C. André: fala sobre atitudes individuais que podem mudar um ambiente social. » Luis Satie: relação entre direito e estética » Roberto Dias: poesias, contos e livros com temas de monografia

O vento frio e coisas com carinho; também um pouco de saudades e cucuz da mamãe

Um momento quase como esse de ar frio, envolto pelo cheiro familiar. Parece café com pão; pode ser o de milho cozido. Ao passo da batida, consigo a coreografia para a música; assim a caminhada se torna menos cansativa.

 

E também há a alameda, enquanto me aqueço com meu próprio corpo, meus braços cruzados; e ainda assim, as coisas continuam sem fazer sentido.

 

A música fala de imagens próprias; filmes talvez. Filmes de si. Penso que sejam pequenos flashbacks, como pequenas passagens daqueles filmes de erros que cometemos. E então, têm-se as flores do jardim do lado. Bem decorado; com todo o denodo de um artista apaixonado.  As flores fazem parte de um filme. Talvez seja sobre mim ainda.

 

 Ainda os flashbacks. E as flores vêm com o um cartão de desculpas pelo momento anterior. “Ontem, desculpe-me pela ousadia”. – Por que flores têm a ver com desculpas maiores?-, sempre as questiono dentro de meus pequenos filmes.

 

O passo é firme e não claudica, enquanto a música muda; quando a história parece culpar o outro. Nem sempre a culpa é algo palpável. Meu ódio era apenas das flores. – Que mau gosto!_ e as coisas pareciam rearranjadas como livros coloridos. E os filmes pequenos? Pois lá estávamos eu e as flores, e ele e suas desculpas. Eu não poso parar esse filme. Ele se repete sempre em minha memória.

 

E o cheiro recorrente de saudade desenha outra cena. O café com pão sobre a mesa da casa. Lá está mamãe a servir seu carinho e a comida juntos. Ela e seu amor por mim serviam a mesa. E tudo estava tão simples e perfeito. Era minha mãe.

 

E quando penso na existência de minha mãe, todas as coisas parecem perfeitamente repletas de sentido.

Categorias:Contos, Livros ( Books)

Deuses Furiosos

Ele descansou sobre a rocha ainda com as asas feridas. O sangue vertia vermelho por entre as asas. Apoiou-se numa das pernas e impulsionou o corpo para cima. Voou mais uma vez.

As asas de Cassius batiam sem parar e ele parecia pairar sobre o ar. Jacinto alcançou-o de um só impulso e seu corpo musculoso atingiu Cassius violentamente.

Os dois se abraçaram e permaneceram no ar por alguns minutos. As asas de Jacinto eram menores e a envergadura das de Cassius imobilizaram os movimentos de Jacinto.  O abraço não podia ser desfeito, enquanto os dois caíam numa velocidade absurda. Os corpos pareciam apenas um, mas o corpo de Jacinto se vertia em dor e sangue.  Sua mente apagava lentamente e não podia mais controlar seus poderes a dor diminuía, ao mesmo tempo em que as asas encurtavam e sumiam nas suas costas.

Cassius soltou-o de encontro ao mar. Jacinto afundava ainda desmaiado enquanto o outro fazia o caminho de volta. Suas asas faziam sombras sobre as águas revoltas do mar.

As guelras começaram a apareceram espontaneamente e Jacinto gradualmente conseguia se mover…

Categorias:Contos

Entrega para Jezebel ( parte final)

O telefone tocou; o computador estava desligado e o interfone mudo. O telefone parou; o interfone tocou e o computador ainda desligado. O telefone, o interfone e o computador estavam sem vida; assim como Henrique sobre a cama.

Nada tinha a mesma importância para aqueles momentos mórbidos. Jezebel parecia completamente morta, enterrada talvez. E isso deixava Henrique sobremaneira preocupado.  “O que poderia ser de minha vida sem minha personagem?” Ele não acreditava que pudesse  ainda ser um grande show. Sua audiência sumiu por entre os convites que não foram mais enviados. Tudo estava sobre a mesa: as fitas vermelhas e a cera derretida não mais selavam os convites. Tudo estava sem vida; nem mesmo o valor das coisas passadas existiam naqueles meios de contato externo. Assim como ele, tudo estava sem sentido.

Pôs a música, mas não acreditava que pudesse dar vida, nem mesmo à poeira. A música vibrava o ar; seus músculos rijos continuavam estático ;o olhar ainda perdido na lâmpada inquisidora.

A música repetia o refrão, repetia: “o amor vem rapidamente, o amor vem rapidamente, o que quer que você faça, você não pode deixar de se apaixonar”. A música repetia, repetia.

O telefone tocou. Olhou o visor do celular. Era ele. “É ele!”, olhava ainda incrédulo para a mensagem que entoava uma música parecida com a que tocava. Os sons misturados davam vida àquele momento de inconstância sentimental. Ainda que quisesse se desvencilhar de Jezebel, sentia que ele não gostaria do Henrique. Mais uma vez apenas queria o sexo, não importava se Jezebel sumisse apenas naquele momento.

Atendeu ao telefone. Apenas disse alô. “Eu queria te ver de novo”, disse o outro em tom amistoso. Henrique hesitou.  A princípio desejou que fosse sincero, que fosse menos sexo, e mais qualquer outra coisa. Qualquer coisa. A música repetia: o amor vem rapidamente, o amor vem rapidamente…

[…]

A porta se abriu sem a urgência dos desejos disparados a léu. Tudo parecia calculado para alguma coisa diferente de tudo. Henrique esperava-o sentado no sofá. Trocaram dois, ou três cumprimentos.

“Queria ver Jezebel”, disse o outro sem conseguir mirar os olhos de Henrique. Estava em pé diante do sofá onde sempre não souberam controlar os bons modos. Sentou-se estático ao lado dele e esperou. Henrique se levantou. Doía aquele pedido, mais do que a vergonha que sentira naquele dia. Mas como sentia que sua submissão era mais forte do que seu próprio orgulho, deixava-se entregar pelo desejo imperioso do sexo. Apenas o sexo.

Ligou o som. A música era sua preferida. Jezebel estava pronta. Dançou como nunca antes, embora chorando. Talvez sentisse que fosse a última vez, ou que sua performance fosse a mais desastrosa. Dançou como nunca antes. Mas apenas dançou. Sentou-se sobre as pernas. Chorou. Levantou-se e terminou o show.

“Queria que você tirasse a roupa”, pediu ainda tímido. Henrique despiu-se. Não havia máscara desta vez, nem uma cor sequer. Era sua pele apenas; nua. Nem calcinhas, nem cueca entre suas nádegas.  Despiu-se de Jezebel.

Ainda chorando, derrotou-se pela humilhação da perda completa.  Não importava mais o sexo.

Ele se levantou do sofá e ajoelhou diante de Henrique. Tentou enxugar suas lágrimas com as pontas dos dedos.

– Você nunca entendeu que eu sempre quis você como agora; nada mais- disse ainda sem encará-lo.

 E finalizou com um beijo em seu rosto:

– Eu nunca entendi o porquê de Jezebel.

 

 

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Entrega para Jezebel (parte IV)

Hoje talvez Jezebel não devesse sair de casa. Talvez não tivesse existido. – Quem era Jezebel? – ele se perguntava naquele instante.

Sobre a cama olhando fixamente a lâmpada  pensava como ela surgiu.

[…]

Nada dava certo, nem mesmo a ajuda do amigo mais bonito. Todas as atenções centravam no amigo bonito, alto, forte. Tentou o café; fez cadastro num site de relacionamentos; mas não sabia entrar no ritmo de mentiras dos outros. Tinha seu próprio ritmo: a casa; o programa favorito de televisão; os amigos. Mas nada disso satisfazia um sentimento interno de possuir  alguém em especial.

– Mas quem seria esse alguém especial a querer minha especialidade? – ele também se perguntava. – E qual seria minha especialidade? – ele se perguntava diante do espelho. E a resposta sempre tinha a ver com a ignorância do outros. Eles ignoravam seu enorme coração e suas domésticas.

Eles não o viam como alguma coisa perto dos desejos comuns. Era baixinho, quase uma bonequinha de porcelana. – Sua boquinha de princesa não parece comportar meu soldado de chumbo ­ –, comentou certa vez um de seus admiradores. – Princesa, eu? – perguntou-se acreditando numa espécie de resposta reveladora. Era tão frágil quanto essas coisinhas de porcelana. Poderia ser uma princesa; podia ser algo de contos de fada. Poderia ser apenas um papel no imaginário daqueles homens maiores, mais fortes. E se caísse nos braços de um príncipe, poderia viver a vida de borralheira  ao lado do homem especial.

Partiu, então, desta ideia idiota de tornar-se uma personagem. Na primeira vez usou a cueca separando sua nádegas, imitando uma lingerie feminina. Usou uma, duas, três vezes com o mesmo parceiro. Gostava de imitar um desejo de uma fêmea servindo seu macho num ritual de acasalamento; e este sentimento alcançava a maior parte desses homens  meio-homens.

Uma vez, duas vezes, três vezes como todos os outros e sempre havia espaço para a fêmea reprimida. Podia assim beijar profundamente sem ter que sentir a repulsa natural de seu cheiro de homem; assim disfarçava qualquer intenção do outro em decifrar aqueles toques delicados naquele corpinho de homem fragilizado. Mas Jezebel surgia como mulher poderosa; ela dominava a situação. Nada poderia suplantar a condução dos sentidos de Jezebel, pois ela sabia onde e quando fazer o prazer acontecer.

Jezebel usou o vestido vermelho pela primeira vez. Já não era mais a cueca metida entre as nádegas. Era uma bonequinha de boca macia e pele que imitava o cheiro de fêmea em cio. Sua atuação demorou até aquele pensamento fixo: – Quem era Jezebel? – suspirou para a luz.

 

Continua…

 

Categorias:Contos

Entrega para Jezebel

A porta estava entreaberta. Ele entrou como de costume. Nunca precisou de cerimônias, tampouco mascarava seu desejo por Henrique. De fato, nunca Jezebel havia aparecido para ele. Pois ele gostava de Henrique do jeito que ele era.

Mas quem o recebeu foi Jezebel.  A calcinha toda enfiada na bunda e os trejeitos femininos. Os olhos fechados tateando o espaço vazio do sofá.

– Mas o quê é isso?- perguntou ele meio envergonhado. Jezebel não sabia onde colocar seu personagem. Havia esquecido a fala. Certo pudor tomou-lhe de conta. Sentou sobre os joelhos e pôs-se a chorar

A porta bateu  e Jezebel estava sozinho.

[…]

Não havia consenso entre eles, pelo menos no que dizia a respeito sobre o amor. Não havia amor. Mesmo que Henrique não fosse Jezebel, o interesse do outro era apenas sexual. Eles se bastavam quando decidiam ficar um com outro. Geralmente não tinha diálogos; tudo perfeitamente solucionado pelo momento do gozo. E Jezebel, ou melhor, Henrique não enxergava o amor nos outros. O contrato tácito, assumido na premência do toques sôfregos do computador estatizava sempre que não deveria haver algo além do sexo. Estavam proibidos.

De fato, ele entrava sempre. Adquiriu certa liberdade por usucapião do corpo de Henrique, porque este se deixava usufruir. Não se preocupava com o seu poder de sedução.

Havia sido decepção a cena dele vestido de mulher? Será que era isso que ele desejava intimamente?  Decerto, os dois não sabiam.

Henrique pensava consigo mesmo. Sentado ainda sobre os joelhos, chorava para entender seu sofrimento. – Era o quê- se perguntava. Ajeitou a saia apertou o botão  e mirou o aparelho de DVD. A música começou. Levantou-se. Pensou na importância das palavras. “ Como são importantes as palavras!” E naquela noite dançou, rodopiou com sua saia e dançou  até a exaustão.

Continua

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O Primeiro Livro de Ficção

Estive ausente por algumas semanas. O projeto duas páginas por semana parece ter chegado ao fim.

O livro saiu. E o resultado foi uma leitura de teor fantástico na qual um escritor vê-se atormentado pelas suas personagens e sua própria imaginação. É , também, uma mensagem sobre  amor e sexo; numa medida quase que surreal.

Agora, estou fazendo propaganda e esperando um convite de alguma editora.

Espero que possa publicar em breve.

Conto com o apoio de todos.