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Calendário dos padres do Vaticano versão 2009

Duas notícias causaram-me espanto nesse último mês de dezembro.  As duas envolvem o mesmo agente: o Vaticano.

A primeira notícia tem a ver com a divulgação, pelo Vaticano, de um calendário com fotos de padres que compõe sua casta de notáveis clérigos. Sem ainda entrar no mérito de minha explanação, estes calendários podem ser encontrados na internet e podem ser solicitados (comprados) pelo público. Não pude deixar de fazer uma conexão entre o que a Igreja Católica fazia em tempos pretéritos, vendendo pedaços do céu. Isto garantiria a remissão de pecadores, e havia grande relação com a quantidade da esmola com o tamanho do perdão. Tempos pretéritos que parecem retornar à realidade do século XXI. Então me pergunto:

– Quantos calendários terei de comprar para atingir a remissão de meus pecados?

 E de volta aos calendários, divago em questões diversas:                                                       

– Que mensagem, analisando o discurso das fotos, o Vaticano esconde nos rostos juvenis de padres púberes, com cortes de cabelos modernos e em poses de super-stars?

– Que desejo, no íntimo, as pessoas, neste caso as mulheres- uma vez que o Vaticano considera , numa retórica antiquada e controversa, que falar da natureza do ser humano como homem e mulher e pedir que esta ordem da criação seja respeitada não se trata de uma metafísica ultrapassada – poderia ser gerado em recentes fiéis e abnegadas beatas?

– E qual seria a reação adequada diante de multidão envolta numa predileção em torno de certos padres em detrimento de outros? Qual teria o melhor sermão?

_Onde está a imagem do padre devotado a sua igreja – e completamente assexuado, pois o voto de castidade tem a ver com sexualidade- ; e eventualmente com um estilo despojado, isento de necessidades mundanas como a vaidade?

São muitas as questões que encheriam uma carta direcionada para o Papa Bento XVI. Porque são atitudes , no mínimo controversas ou contraditórias, que ainda assim encontram respaldo do próprio Papa.

E me pergunto novamente:

– Onde estariam aqueles princípios norteadores da boa inclinação à batina os quais valorizam aspectos morais e valores de indulgência?

Mas alguns poderiam dizer que há inteligência na beleza e eventualmente devoção convicta; e eu retrucaria :

-Onde residiria o escopo maior do sacerdócio?

Enfim, inúmeros questionamentos invadem minha cabeça, sem qualquer apologia a tão propalada moral ; mas é que este instituto criado pela Igreja Católica é premissa maior de todo o ensino cristão.E se há ensejo para a mudança nesses parâmetros, que se modifiquem as premissas que desencorajam as pessoas serem o que são. Então, finalmente:

-Por que o discurso contraditório?

(…)

E viva aos padres púberes-estrelas-vaidosos-devotados-a-causa! E viva ao Padre Marcelo Rossi e ao Padre Fábio de Melo!

(…)

O outro questionamento tem a ver com o pronunciamento do Papa que foi propositadamente citado acima. E tem a ver com a retórica anacrônica, tentando reforçar idéias discriminatórias acerca das pessoas que querem ser como os padres: artistas de sua própria história. Por que não um homem gostar de outro homem; um transsexual ser a mulher que sempre quis ser; o menino que quer ser bailarino; a menina que quer ser jogadora de futebol; ou um padre que quer ser cantor, ator, modelo?

Não há por que manter essas amarras que impedem as pessoas- inclusive os padres – de serem o que realmente são.

E viva a todos e todas!

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